quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

António Gedeão - PEDRA FILOSOFAL

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(Poema tão bem ilustrado, onde existe união entre o sonho e a vida...)

PEDRA FILOSOFAL

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

6 comentários:

  1. Oi Alexxxx

    Saudades!

    Belisssimo poema... seu canto me encanta!!

    beeejo

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  2. Olá Alex,
    excelente música escolhida... um bonito poema!!!

    Beijos,
    AA

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  3. Excelente! Sem os sonhos o que seríamos?
    Ótimo como sempre.
    Beijos, amore.
    Bom Fim de Semana,
    Renata

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  4. Alex,

    "Sem sonho... sem vida."

    Lindíssimo esse poema.

    Beijos.

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  5. Meu querido, estou no esforço, muitas dores.
    Passo para lhe deixar muito beijos, Alex.
    Felicidades sempre.
    Renata
    + Beijossssss

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