domingo, 25 de janeiro de 2015

desassossego...



em desassossego,
seguem os ponteiros do relógio
numa contagem até o infinito,
apenas limitado pelo tempo de vida
ou pelo esquecimento no tempo...

ciclicamente, em desassossego
adormece a noite,
acorda o dia,
num compasso até o infinito,
apenas limitado pelo respirar da vida...



no mundo dos afectos...



passamos na rua, indiferentes
ao que nos rodeia, por quem passa...
nada nos diz nada, estamos ausentes,
e nosso rosto é uma imagem sem graça
como estátua de pedra, fria...

lembranças de teu rosto, quando sorria,
de teus abraços, dos beijos com sabor  a maçã,
do nascer e do pôr do sol, das manhãs de maresia

olho novamente o mar, tanto e tanto mar...
e tanto, tanto para navegar...

amanhã, talvez sorria para quem passa... amanhã...
talvez, olhos nos olhos diga... bom dia...



quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

ainda é cedo...



são tantas as histórias,
as emoções
em cada novo amanhecer,
um e mais outro querer
em cada batida no peito...

ainda é cedo,
tão cedo no raiar da vida...
lá longe, os sonhos e a ilusão,
e o futuro é hoje...
a realidade? aqui, na palma da mão...

palavras, são palavras
soltas, ágeis, prenúncio de um nome
que minha mão desenha em letras,
umas vezes bem coloridas,
outras tantas, invisíveis, porque proibidas...



sábado, 17 de janeiro de 2015

nunca é tarde...


quiseram meus passos viajar no tempo,
entre as estradas sem fim
e as serras a caminho do céu...

perdi-me para te encontrar,
onde as lágrimas são o rio que passa,
e o ligeiro sorriso, o ar que ainda respiras.

levanta-te, entra no barco sem remos, sem vela,
qual caravela sem destino
à descoberta do mundo onde aportar.

levanta-te, faz-se tarde, tão tarde,
talvez demasiado tarde para recomeçar...



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

na noite...


estás só na noite, ouvindo o vento,
a chuva que forte bate na vidraça...
abres um livro, onde lês cada linha do desassossego
como se fosse o ar que respiras,
mesmo sabendo que são iras do medo.
os cigarros queimam-se a cada pensamento,
e a bebida à muito que secou...
sim, estás só na noite e no tempo,
e este conspira contra ti, segreda-me o vento...



domingo, 11 de janeiro de 2015

pássaro ferido...



escrevo, palavra por palavra,
no silêncio onde nos escutamos
e nos entendemos ...
soltamos as músicas,
as letras que bebemos
e ouvimos até as lágrimas caírem...
como pássaros feridos,
escolhemos o ramo mais alto,
a árvore mais frondosa,
até que o fogo da vida 
nos faça voar novamente...
fecho os olhos mais uma vez,
ouço o cantar da alma ferida,
e vejo o filme da paixão nunca esquecida...
amanhã, quem sabe, 
renascerá a luz, a esperança perdida...


domingo, 4 de janeiro de 2015

nunca é em vão...



não foi em vão que criei um céu só para mim,
uma constelação de estrelas,
um reino, onde o sol era a estrela maior,
e a lua, as quatro faces de um louco amor.

não foi em vão, que das águas paradas
criei um mar, ondas de vida,
inventei caravelas aos amantes perdidos,
insaciados, e no tempo esquecidos.

não foi em vão, que nos tumultos da paixão
abri mão dos sonhos... e fez-se luz na escuridão...



quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

novo Ano...





por uma palavra, um sorriso,
por uma história de vida, a eternidade...

ofereço-te o livro,
páginas em branco,
365 dias de verdade
num ano agora a começar...
venham as palavras,
e os sorrisos,
e histórias de encantar...