quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

eram sonhos...




eram verdes, dourados os sonhos,
as fantasias a cada acordar do dia,
eram ondas de mar, aromas a maresia
em cada final de tarde...

eram verdes, dourados os sonhos,
eram fogo que ardia
como a descoberta do amor
num simples olhar tentador,
num sorriso maior...

eram verdes, dourados os sonhos,
até ao pôr do sol, até ao fim de tudo...



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

apenas palavras...




de falsas palavras movem-se teus dedos,
como teus lábios quando falas ao vento...
leva-as vento em tuas asas, sem lamento,
para longe, onde a serra árida tudo prende
e devora.. com o passar do tempo...



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

falando ao tempo...



ouves a chuva cair,
o choro das árvores sem nome?
talvez não ouças,
talvez nem saibas como sentir
o peso de uma gota,
de uma lágrima a fugir...

afasto as cortinas do lado cinzento,
da dor que cobre o tempo...
vá lá, não fiquem assim,
assim me visto,
assim no tempo resisto,
até que o tempo se lembre de mim...


domingo, 8 de fevereiro de 2015

bom domingo...



elevo minhas mãos ao céu,
azul, quase transparente.
apetece entrar nele,
correr, voar, seguir em frente
como andorinhas na primavera.
colher flores algures no paraíso
e voltar, voltar a este inverno,
onde a saudade criou raízes...



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

o meu mundo...




seres estáticos, aprisionados
a um mundo que não pedimos,
incessantemente invadidos
e ingloriamente ludibriados,
assim somos nós, 
peças únicas e ao mesmo tempo
tão pequenas, quase invisíveis
numa grande engrenagem...

finjo não ser eu ouvindo as notícias,
os horrores da guerra 
e a loucura dos homens...
finjo não viver acordado,
mas antes cobardemente amordaçado
numa voz sem eco, sem destino...

faz-me falta a coragem dos loucos,
mas íntegros no sentimento...
fazem falta tantos, mas são tão poucos
os seres renascidos da profunda terra,
deuses supremos,
imaculados, guerreiros no tempo...



domingo, 1 de fevereiro de 2015

apenas o inverno...



tão longo o inverno, o cinzento
que invade a alma, o olhar...
não me lembro d`um inverno assim.
não me lembro que tenha morrido
a primavera, o verão... e não me lembro de ti.
talvez sejas o inverno que mora em mim...