domingo, 26 de agosto de 2012

Lembranças...

caminhando pela avenida frente ao mar,
sentindo esta brisa no rosto,
como que a despedida de Agosto
dos momentos que então vivemos...

precisava te ter aqui,
quanto eu te queria ter aqui,
e não deixar fugir o pouco que vivemos...
quem irá tocar minha mão, meu rosto,
quem irá sentir meus lábios, ainda tomados
pela brisa do mês de Agosto?

precisava te ter aqui,
quanto eu te queria ter aqui,
e juntos correndo nesse areal
como crianças em gritos de alegria,
como se não houvesse amanhã,
ou se a vida não passasse de fantasia...

precisava te ter aqui,
quanto eu te queria ter aqui,
e num qualquer barco á vela
voarmos por entre mares e as nuvens,
atravessarmos os cinco continentes,
e pararmos num mundo chamado paraíso...

precisava te ter aqui,
quanto eu te queria ter aqui,
sentindo esta brisa no rosto
como que na despedida de Agosto,
lembrar de momentos que sempre viveremos...

Mulher...

Rosto fino,
andar gingão,
passo curto,
olhar nas vitrinas,
óculos escuros,
um risco nos olhos,
e nos lábios, um batom ..
para sobressair,
um creme no rosto...

e naquele passo curto,
firme, senhora de si,
os cabelos ao vento
como se não houvera tempo
de os prender...
é assim a mulher que eu vejo,
um pedaço de gente,
uma montanha de desejo,
coração de manteiga,
ternura até mais não...

A Mulher que assim descrevo,
não, não conheço não,
é um retrato que invento,
talvez um ser em construção,
esboçada no meu coração
sob forma de flor...ainda em rebento..

sábado, 25 de agosto de 2012

No Reino da Fantasia...


é de felicidade que brilham meus olhos,
quando olhando os olhos teus,
vejo palácios, príncipes e alegria...
e nesta utópica fantasia,
és princesa nos sonhos meus
cavalgando na planície dourada,
por entre trigais em flor...
e na utopia, ouvem-se clarins,
e o povo ovacionando sua amada,
que se entrega ao seu novo amor...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Pingos de Lágrimas....


se cada pingo de chuva
fosse uma lágrima do céu,
se cada dia de chuva
enchesse o rio que passa,
oh amor, estaria a terra inundada
das lágrimas que por ti caíram,
nos dias, que sem ser dia, não eram nada,
e não sendo nada, de lágrimas se vestia a madrugada...

Não, à solidão...


e na solidão, sou tão pequenino neste todo que é o universo,
mas fico gigante quando te lembras de mim...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Sonho e a Vida...

o sonho e a vida...
ligação tão definida
como o céu e o mar,
quando sentados na areia
avistamos o horizonte...
...linha tão bem definida...

e cada sonho é uma mão cheia de tudo,
uma mão cheia de nada,
uma alegria escondida,
o sol nascendo na madrugada,
ou uma nuvem escura no horizonte...
...certeza tão bem definida...

e a vida pula e avança,
e como num sono de criança,
riem os olhos de esperança,
enquanto não desperta para a vida,
enquanto não olha o horizonte...
...incerteza tão bem definida...

o sonho e a vida...
ligação tão definida,
que será sempre como o homem quiser...
uma viagem sonhada ao paraíso, 
ou perder-se de amores por uma mulher,
enquanto houver vida no horizonte...
...incerteza tão indefinida...


só mais uma vez....

 
é no silêncio destas quatro paredes
que ouço teus passos,
os passos do teu silêncio...
e são esses leves passos,
que me preenchem a memória
de outros espaços que fazem história
e quanto marcam meu pensamento....
os nossos sussurros na noite,
os teus gemidos ditados pelo amor,
são também eles formas de silêncio
emanados por um corpo sofredor,
procurando libertação maior...
pudera eu ser varinha de condão,
fada boa, arquitecto do coração,
pudera eu ser teu sangue, tua alma,
pudera eu ser fazedor de tua vida,
e aí, os passos que são de silêncio,
seriam passos de cor, de luz,
seriam passos de alegria incontida...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Águas límpidas...

por entre esta vegetação, verde e frondosa,
um ribeiro de águas mansas e livres,
pequenas pedras no seu caminho,
e um som que nos eleva ao paraíso...
queria ser eu margem deste ribeiro,
ou seu leito nos dias de primavera,
quando os gelos se transformam em água,
água límpida, pura, que enobrece a alma...
e embebido desta pura inocência,
ganhar asas ou ser bola de sabão,
e voar ao mundo dos sonhos.. teu coração...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Manhã de Agosto...


perdem-se teus passos sobre a areia,
areia quente da manhã de Agosto,
que solenemente se deixam poisar,
como se teu suave caminhar,
fosse o deslizar de corpo de sereia
sobre a areia banhada pelo mar...

e sobre esses passos, faço minha viagem,
com sonhos, mar, todo este horizonte
que preenche meu olhar, minhas fantasias,
como teu corpo ondulando, qual miragem,
se desvanecendo na manhã de nevoeiro,
quando dele preciso, o desejo por inteiro...

amor de inverno, amor de verão,
amor de sempre, talvez de outra vida,
amor renascido, quando a esperança era perdida,
amor em total sintonia, refrão da mesma canção...

sábado, 18 de agosto de 2012

Palavras ao vento...












são as palavras,
letras em movimento,
caracteres que de tão leves,
voam ao sabor do vento.
são palavras de vida,
palavras de momento,
que unidas, fazem história,
umas vezes em forma de glória,
quantas vezes, causa perdida...
mas as palavras ditas pelo coração,
são leves, belas, trazem emoção,
uma lágrima no canto do olho,
ou sorrisos, na esperança renascida...
as palavras são afinal
uma ponte, uma ligação afectiva,
escrita, ou ouvida, desde que recebida...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

se eu fosse pintor...

vesti-me de pintor,
levei tela a rigor,
e cores em tom de pastel...

tu, foste a imagem,
que mesmo sem coragem,
quis prender a este papel.

rosto perfeito, de princesa,
lábios finos tal a leveza,
prenuncio de bela mulher.

corpo magro, alto,
bota de pequeno salto,
calça de ganga a condizer.

e de mão dada,
ternura bem enquadrada,
atravessas a avenida...

foste a senha, a fotografia,
porque eu tanto padecia
se outra imagem era fugida...

e agora, aqui tão perto,
se pedir algo, fosse certo,
porque não o atrevimento?

mas como entenderias,
se teus sonhos, são alegrias,
e não roturas de momento?

Um Rosto Na Manhã de Sol e Poesia...



suave, fino e terno é o seu rosto,
olhos esguios, subtis, de princesa,
moldados pelo cabelo extenso e fino...
e foi esse seu rosto, que me deu certeza
do momento mais querido e lindo,
que algum dia o coração vivera...

e nem o frio do inverno na manhã,
cheia de sol, sonho e poesia,
me fez ausentar do momento de fantasia,
que era te ter tão perto, demasiado perto,
que até nossos sorrisos, na sua inocência lia,
sorrisos de um futuro que seria certo...

E hoje, ao vê-la na sua pose de menina sentimental,
voz meiga, carente, doce... algo possessiva,
a certeza de que muitos invernos vão passar,
o sol, o sonho e a poesia, permanecerão no ar,
ainda que os desencontros sejam afinal
tanta dor, para que aquele rosto continue a brilhar...





terça-feira, 14 de agosto de 2012

Tempo sem horas...

É no silêncio da tarde
que ouço teus pensamentos,
teus sonhos,
quando em meus braços adormeces...

E é lindo teu sorriso,
teu esboço de sorriso,
quando em meus braços desfaleces...

Queria eu um dia morrer assim,
com teus braços em volta de mim,
e teu olhar, no meu lacrimejante olhar,
me prometendo que jamais o esqueces...

Amor de um dia, de sempre,
amor constantemente carente,
são as horas da tarde que fazem sonhar,
são nas tardes sem horas que fazemos preces...

Deixa-me olhar-te só mais uma vez...
deixa-me sentir-te só mais uma vez...
quando em meus braços adormeces...
quando em meus braços desfaleces...

Chuva de Verão...


Sente-se no ar o perfume da natureza,
esta mistura de odores,
que o tempo húmido e quente faz sobressair...

No pensamento, outros perfumes, outros odores,
que os sonhos teimam perseguir,
em busca de uma paz interior...
fecho os olhos, e deixo-me levar
pelos odores de uma manhã de chuva e calor...

E o poder do pensamento me leva bem longe,
como se esta chuva, numa manhã de verão,
fosse o inicio do inverno que há-de vir,
manhãs frias, chuvosas, mas quente o coração,
o corpo e a alma, num tempo que há-de surgir...

Sente-se no ar o perfume da natureza,
esta mistura de odores,
que o tempo húmido e quente faz sobressair...
no pensamento, outros perfumes, outros odores,
que os sonhos teimam perseguir...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Almas Gémeas...

 
É no fim da tarde amena de verão,
ainda sem os ruídos da noite,
que chamo a metade de tua alma,
a alegria sentida em cada serão,
pronuncio de paz, de calma...

E cada palavra, cada sorriso contido,
são saltos nas ténues nuvens,
correrias nos lagos do paraíso,
são almas gémeas num sonho proibido,
sílabas sem nexo, num ambiente preciso.

Se não fosses alma, talvez fosses ar,
o ar que silenciosamente respiramos
e a cada momento nos faz viver...
Se não fosses alma, talvez fosses mar,
onde eu navegaria, para nunca te perder...




domingo, 12 de agosto de 2012

Boa Vida...


e a tarde de Domingo vai passando
sem pressa, sem história para contar...
aqui e ali, flashes de bons momentos,
recordações vividas no tempo,
e sempre, sempre alguém no pensamento...
as tardes de Domingo, têm este "passatempo"...


sábado, 11 de agosto de 2012

Em busca do Amor...


Um dia imaginei-te nua,
nua como os anjos,
como as estrelas no céu,
que quando fazem amor,
ninguém viu, ninguém percebeu...

E ao imaginar-te nua,
esses contornos suaves de teu corpo
trazidos pela luz da lua,
nesse quarto sem alma, sem nada,
na minha imaginação, eu te amava...

Riram os anjos e as estrelas,
e a lua, e os habitantes do paraíso
que liam meu pensamento,
dos desejos vividos no momento,
imaginando-te nua...algures no tempo...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

férias....

Já fiz as malas de viagem,
gravei os caminhos a seguir,
no pensamento, antevejo a paisagem,
(queira Deus que não seja miragem),
e tanto para descobrir...

O coração, vai livre, sonhador,
e o viajante se perde de emoções,
como se viajar fosse uma busca do amor,
uma música em tom menor,
lançada ao mais profundo dos corações.

Fecho os olhos, deixo-me levar,
sem ruídos, sem poluição do ambiente,
sinto o sol que me bronzeia docemente,
e dentro de mim, só para mim, ouço o mar...

Cerro minha mão... um papel amarrotado,
um lápis, um cigarro em fumo lento...
na imaginação, todo um passatempo,
fértil, quando no sofá deitado...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Porque o amanhã vive-se hoje....

falamos de hoje,
falamos de ontem,
falamos do amanhã,
que caminhos,
que trilhos a percorrer,
que sonhos a viver,
que mundo novo
o destino nos fará ver...
e com peso e medida
fazemos retrospectiva,
que tudo vale a pena
quando tanto é o querer...

e cada dia vive-se sorrindo,
amando, vivendo a vida,
partilhando um sonho lindo,
a esperança, antes perdida...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

No compasso da vida...

tal como o pêndulo do relógio,
movimento constante,
compasso irritante,
assim vai meu caminhar
por entre as areias da praia,
por entre o definhar das ondas do mar...

tento segurar, prender uma, só uma,
numas mãos onde se passearam caricias,
mãos de um corpo carente,
e o mar de mim foge num medo aparente,
como se meu caminhar, meu compasso irritante,
fossem passos de tristeza, assaz contagiante...

e tal como o pêndulo do relógio,
movimento constante,
compasso irritante,
meus olhos seguem cada onda do mar,
e nesse movimento, me deixo embalar
no mundo dos sonhos, de onde não quero acordar...


domingo, 5 de agosto de 2012

(re) começar de novo


(re)começar de novo
vai valer a pena,
viver o que não foi vivido,
ir até onde for preciso,
mesmo que aos olhos de tantos,
tanto não faz sentido...

e é a (re)começar de novo
(tanta incerteza no amanhã),
que cada dia é uma paixão,
tanto aperto no coração,
uma lágrima no canto do olho,
quando se canta a mesma canção...

(re)começar de novo,
vai valer a pena...
e olhando para trás a estrada,
na memória, talvez não fique nada,
ou se tanto, tanto a corrigir,
e na longa noite, que surja a madrugada...

sábado, 4 de agosto de 2012

Dou-te um Doce...pelo teu olhar...




e meu olhar não se cansa de te olhar...
como se meu mundo fosse este ecrã,
mundo feito de magia e fantasia,
onde cada imagem é uma história a contar,
momentos sonhados, vividos um dia...

e sempre direi que não me canso de te olhar...
ainda que seja o olhar de meu coração,
sentimento sempre á flor da pele,
sentido na noite e a cada dia  ao acordar,
sentimento lindo, doce, pegajoso como o mel...

e assim amor, deixa-me sonhar com teu olhar,
onde viajo como se numa onda do mar,
onde a lua e as estrelas vejo cintilar,
onde o sol, se perde, de inveja, pelo teu brilhar...



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Como num Filme...


e como num filme do cinema,
passam as imagens, com ou sem legenda,
num turbilhão de acontecimentos,
num emaranhado de momentos,
preenchendo todo o pensamento...


e como é difícil quantificar, pontuar,
impossível esquecer,
se cada um foi o culminar
de tanto e tanto para viver,
de tanto e tanto a descobrir...


Lua, companheira de horas tardias,
sois testemunha do querer,
da felicidade e das fantasias,
que só alguns ousam entender...