sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Bom Ano 2011



Fazem-se contas à vida,

o que correu bem,

o que correu mal,

os planos que falharam,

ou alegrias que chegaram...

Tudo é passado.

O novo ano está aí.


Faça-se barulho, muito barulho,

a música que não pare de tocar,

contem-se as passas para brindar,

dinheiro no bolso para ajudar,

e um salto na cadeira para brindar.

5-4-3-2-1- FELIZ ANO NOVO 2011

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tuas Mãos



Em tuas mãos, suaves, de branco mármore,

mãos que apertam as minhas,

o calor de um corpo ardendo,

talvez de amor sedento,

e que a cada passo se vai perdendo.


Não toques mais outras mãos,

por favor, calça luvas de cetim,

e assim, amor de meus segredos,

quando chegares até mim,

poderei espantar meus medos

com o calor de teu corpo pelo chão...


Ah... tal como te imaginava e queria...

Louca, ferozmente louca de paixão,

corpo agonizando, voz em rouquidão,

ansiando, suplicando para não mais ser dia...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Estranha forma de Vida

É manhã cedo, muito cedo,

quase ninguém por aí,

e quem vejo, não me vêm,

são seres mutantes,

tristonhos, caminhantes

perdidos nos seus sonhos...


Finjo ser um deles,

passada larga,

deambulando à solta,

costas derreadas,

mochila com a sopa entornada,

olhar enjoado para a vida...


Maldito o dia que o viu nascer,

maldita a sorte, por a morte o não querer.


Não, não, deixem-me sair...

esse mundo tem o diabo a sorrir,

e os meus sonhos...os meus sonhos...

alguém os fará florir...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL




Como seria o mundo se não houvesse Natal?

Como inventar um sorriso nas crianças, se não houvesse prendas de Natal?

Como inventar o dom da partilha, se não houvesse espírito de Natal?

Como seria o mundo, se não houvesse esperança num mundo melhor?


PARA TODOS UM SANTO E FELIZ NATAL
(o meu abraço apertado para todos os Amigos)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Até já...



Reconheço que minha vontade de escrever, definha dia a dia.

Reconheço também que meu tempo, o tempo que me dá tempo para fazer o que quiser, já não existe. Aquele meu tempo foi tomado pelas notícias em catadupa que gosto de ouvir e comentar, pela necessidade de olhar em meu redor, e num sorriso me prender, nem que seja à flor que precisa de gotas de água para sobreviver. Assim, o meu tempo passou a ter outras prioridades, que não a de escrever, aliviar um pouco a alma, passar para outrem os segredos que até aí eram só meus.

Sendo assim, porque não fazer uma pausa, um interregno numa história que pouco tem para contar?

Sem despedidas, sem lamentos, um comprometedor "até já"

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meu Mar...


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Tem dias que falo com o mar,

e ele me ouve, me entende,

e mesmo no seu jeito bruto de ser,

se amansa, a meus pés vem ter,

me sussurrando, segredando

seus desgostos de amor...

Como eu te entendo meu mar,

e tu sabes, do meu errar

por caminhos de dor...

Abraça-te a mim,

façamos amor,

e no clímax maior,

se fechem meus olhos, chegou meu fim...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Rumo ao Céu




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Pudera eu ser ar,

um qualquer avião,

uma ave de rapina,

um qualquer foguetão...

Ser alma, ser gente

com coração que sente

e partir rumo ao céu...

Aí, acredita Amor meu,

serei feliz para sempre...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Teu Sorriso



Sorrio para teu sorriso...

(lindo teu sorriso).

Espera, deixa-me captar,

deixa-me guardar,

deixa-me levar

para mais tarde recordar

o teu sorriso...

Se eu pudesse pegar,

faria de teu sorriso

meu altar,

meu local de peregrinação,

minha obsessão...

Espera um pouco mais...

Se se acabar teu sorriso,

não sorrirei jamais,

penso até que morrerei,

da sombra que serei,

pelas ruas perdido...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quando ela passa...


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Anda excitado o povo da aldeia...

Quem é ela, quem a nomeou?

De que pedra preciosa brotou,

ou de que mar nasceu sereia?


Seu andar pecaminoso, cruel,

desbarata nos homens o olhar,

fá-los parvos, loucos, a sonhar

com delícias e momentos de mel...


E ela passa, tudo em volta pára...

Seu rosto frio, sorriso gélido,

fazem-na deusa, obra rara.


Mas oh vá tentação, desilusão,

vede seu coração pérfido,

não é gente não, é pura ilusão...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Indecisão


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Pétala a pétala desfolho teu coração...

Vais dizer sim ou vais dizer não?

Ou será que ficamos no talvez?

Vamos tentar mais uma vez?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Fala-me de Amor...



O que é o amor?

Que massa é sua composição?

Que matéria, que vida,

que estranha ligação

nos faz andar à deriva?


Amor, Amor, Amor,

é fogo, é ardor,

é um estranho dentro de nós,

é um nunca estarmos sós,

é um pecado mortal.


É um ritmo infernal,

é musica, é canção,

é balada de mão em mão,

és tu e eu afinal,

corações de manteiga,

adrenalina sentimental...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eu, em definição...



Tento me encontrar e não me encontro,

ou talvez não exista, ou me esconda

me refugiando no silêncio, sem confronto,

sem debates estéreis, pouca monda...


Meu mundo é interior, belo, e de rara leveza,

sensível, por quem os olhos falam por mim,

recatado, fulminado, extasiado pela beleza

de uma mulher, por um corpo envolto em cetim...


Podem falar, guerrear, ou até xingar,

que quando ela entrar, tudo em volta ruiu,

meus olhos a tomarão com o olhar.


E quando ela sair, cabisbaixa, envergonhada,

sentindo-se nua por quem a despiu,

deixai-me sonhar, será minha na madrugada...

sábado, 6 de novembro de 2010

Viver sem medo

Gostaria de acordar um dia e olhando em meu redor, ver que algo tinha mudado, que o
meu país era um país civilizado, moderno, onde não havia corrupção, injustiças, onde não havia "chico-espertos".
E o meu país, era bem dirigido, tinha um governo que se interessava pelos problema das pessoas e a bem de todos os resolvia.
E este meu país não admitia "pedidos", "cunhas", não admitia subornos. Todos tinham oportunidades de mostrarem suas aptidões e a todos eram dadas garantias de justiça.
As pessoas, apesar da crise mundial, viviam bem, sem viverem acima das suas possibilidades, porque os governantes também assim o faziam, dando o exemplo
Era um país ordeiro, acolhedor, com um povo feliz, onde cada visitante se sentia como em sua casa.

Esse era o meu país de faz de conta, como podia ser qualquer empresa, mas a realidade é bem diferente, onde as pessoas não interessam, e se olharem ao espelho, verão um simples número estampado na testa.

Neste país, onde existe riqueza mas que é só de alguns, onde o fosso entre ricos e pobres cada ano que passa aumenta, as pessoas (as pobres pessoas), se curvam, se acomodam, se endividam, já nem sabem sonhar....

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Destinos


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Onde pára teu olhar,

esse olhar que me trespassava,

que me prendia,

que me sufocava??


Onde pára teu sorriso,

contagiante,

lindo, e ao mesmo tempo cruel,

num olhar cintilante?


Onde pára tua vida,

teus sonhos, teu querer,

teus projectos, teus desejos,

tua vontade de viver?


Em que parte parámos nós?

Saberemos a resposta algum dia?

O amor não ousou sobreviver,

apenas o desejo nos prendia...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fumo e vida


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Ali e além, nuvens de fumo,

movimentos ondulantes,

sinais em direcção ao céu...

Entro no cemitério...

Repouso dos que já partiram,

luzes ardendo no frio mármore,

quem sabe corpos saindo,

corpos balançando,

no fumo que vai subindo...

domingo, 31 de outubro de 2010

A Ira do Vento


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Chamas-me como se me quisesses abraçar,

como se me quisesses mostrar

o quanto é forte e dominador teu sopro...

Através das telhas que me cobrem,

ouço-te mas não te vejo,

arrepias-me com teu forte silvar,

mas sem me intimidar...

Não passas de vento,

ar, lufadas de ar em movimento...

Repara, ninguém na rua,

tudo se refugia de tua ira,

mas amanhã quando o sol descobrir,

milhões irão novamente sorrir

te amaldiçoando por tanta desgraça...

Vai vento, vai repousar,

chego de tormento num dia de graça.

Como um rio...


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(ficção)

Dolorosa e tão difícil a separação...

Entre nós a ténue linha de uma parede,

um abismo em forma de rochedo,

um precipício cavado pela teimosia...

Do lado de cá, sinto tua respiração,

cada lágrima que cai no chão,

teus dedos a parede tacteando

como se pudessem alcançar os meus...

Triste, dolorosa e perversa ilusão...


Cai a noite, o desassossego,

as voltas e mais voltas na solidão,

a procura de companhia na TV...

Sinto-te do lado de cá, a meu lado,

tais os ruídos, o ensurdecedor de teus passos

que ecoam no espaço vazio...

Preciso sair, correr, ganhar espaço,

e como a correntia de um rio,

deixo-me doentiamente levar para o mar,

mar de espuma, de força, de morte...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Teus Olhos Castanhos


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São teus os olhos que me prendem,

Castanhos, virgens no olhar...

Teu sorriso é doce e me faz sorrir,

tua voz,...um convite sem mensagem,

um dilema, um feitiço no ar,

baralho de cartas a ruir...


És um sonho lindo, proibido,

pétalas que ninguém ousa tocar,

rastro de perfume no caminho,

talvez sinfonia, ausência de ruído,

auréola de luz no teu caminhar,

cegueira para quem olha,...desalinho...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Uma Estrela, Uma Lágrima...


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E do céu caiu uma estrela,

uma gota do firmamento,

uma lágrima de sofrimento,

talvez de um amor perdido...

Em lenço de seda perfumado

a protejo, triste momento,

como se a lágrima perdida

fosse de um amor antigo...


E outras estrelas choram

lágrimas de arrependimento,

corações largados no tempo...

São amores que imploram

pelo seu pedacinho de céu,

por seu fugaz momento...

Triste o fado de quem se perdeu

por um amor sem consentimento...

sábado, 23 de outubro de 2010

Chamas de Vida


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Crepita o fogo na lareira acesa...

Teu rosto, é o espelho desse fogo,

que incendeia meu corpo atento.

Pensamentos proibidos, eróticos,

varrem meu pensamento,

me alertam para a ténue chama

que julgava com ténue vida...

Crepita o fogo na lareira acesa,

renasce a paixão antes proibida...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sonho Azul


http://t0.gstatic.com/

Eram verdes os teus anos e sonhavas...

Vias estrelas onde existia céu,

sol, onde o dia ainda clareava,

e tudo, metodicamente planeavas...

Mas o céu lentamente escureceu.

nuvens carregadas, ameaçadoras,

invadiram o teu sonho azul.


O teu sonho lindo, azul,

onde os pássaros falavam,

onde os cães jogavam à bola,

onde os carros voavam,

num país sem pobres a pedir esmola...


Eram verdes os teus anos...

Foram verdes os teus sonhos...

Serão verdes as folhas da cameleira,

mas negros os teus planos de algibeira...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Dás-me lume?


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Faz-se tarde na tarde fria,

solta-se o vento,

os espíritos da noite,

e caminhando no tempo,

procuro onde pernoite...


Abres-me a porta de teu ser,

onde me abrigo,

onde sacio meu querer,

e cansados da madrugada,

acendemos mais um cigarro.


E mais um, na noite fria,

que partilhas comigo,

sem exigência, sem queixume,

e num olhar de amigo,

num olhar atrevido, dizes, "dás-me lume??"

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Teu Corpo ao Vento...



De grão em grão,

de onda em onda,

saltamos a vida,

embrulhamo-nos na espuma,

escondemo-nos do medo,

e no alto mar,

num qualquer tronco arrancado,

viajamos à vela,

sendo a vela teu corpo...

Onde nos levará teu corpo?

até onde me levará o desejo?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sombra de mim



Horas tardias,

solidão,

horas vazias

na contra mão...

Elevo um cálice de Porto,

saúdo a sombra no chão...

Ali jazo eu, morto,

abandonado,

pelo silêncio pisado,

sem dó no coração...

Horas tardias no vazio,

cálice de Porto vazio,

cabeça em ebulição...

Páro para pensar,

mas já perdi a razão...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Apocalypse



Ouçam...ouçam as vozes,

os murmúrios,

ou o silêncio de quem passa...

É o meu povo que na desgraça

se amordaçou, perdeu a graça...


Triste país o meu,

triste a história para contar,

assim como o rei desapareceu

no nevoeiro de além mar,

sobre nós desceu o breu do céu...


Ergam-se cavaleiros da desordem,

avancem soldados na pilhagem,

que outros roubaram o que não era seu...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Outono...(cair da folha)



Caem as folhas na fria estrada,

como filhos largados pelos pais,

desamparadas, feridas de amor.

E nesse instante momento,

a recordação da primavera passada,

o bailar com o vento,

o aceno às pessoas que passavam...

Como foi curta a vida,

atroz e insensível

a transformação sofrida...


Percorrendo a estrada,

fria, de folhas enlameada,

lá vai o cantoneiro,

carrinho e vassoura na mão,

também ele insensível à ocasião...

E as folhas já moribundas,

pressentido o destino cruel,

se abraçam num acto final,

antes do fogo, antes da morte...

Triste fado...triste sorte...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Lágrimas



(ficção)

Uma lágrima rola em teu rosto,

e mais outra atrás de outra

nesse rosto fino, cerâmico,

pincelado de cor pastel,

rosto moldado por acto de amor...

Não chores...

Não queiras que sulcos de dor

te marquem para a vida.


Como tudo que nasce, tudo morre,

nada é eterno, nem o amor prometido,

nem as juras de amor à luz da lua...

Olha bem fundo meu coração,

também ele chora de dor,

também ele bate de emoção...

Na memória, mil telas de cor,

gestos silenciosos de amor...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Minha Terra, Minha Gente




É fresca a manhã de meus sonhos,

sonhos que aguardam o nascer do sol,

o nascer da vida...

E contemplando o ar húmido da manhã,

liberto meus pensamentos pelas serras,

pelas planícies que prendem meu olhar.

Ó minha terra que te quero tanto, tanto,

onde os sonhos morrem ao nascer,

onde te abres para nos acolher...

Minha terra, porque estão teus olhos em pranto

quando em pranto estão os dias a morrer??

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Destino e Fantasia




Fixo teu olhar mais uma vez...

Preciso dizer, mas será mais fácil escrever

o que aperta meu peito...

Fixo teu olhar mais uma vez...

Queres escrever um poema comigo?

Não precisa rimar ou ter rigor métrico,

basta deixarmos falar o coração.

Pego tua mão, tua singela mão,

como se ela me ditasse o que escrever,

como se também tu precisasses dizer

o que sentes, sem dar a entender,

sem que ninguém ouse perceber.

Pego tua mão, tua singela mão,

e num abraço de cumplicidade,

sorrimos, de volta à realidade...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mau Tempo




Ouve-se o vento, forte, agudizando,

qual alma perdida na noite,

qual cadáver se elevando da terra fria...

Fecho os olhos, desperto meus sentidos,

e todo o meu corpo se arrepia

augurando desgraça, choro, gemidos...


Deus do Vento e da Tempestade, tem dó de nós...

Olha, despidos estamos, a pobreza é demais...

Em cada esquina, cada janela, se ouvem "ais"

temendo o momento, se protegendo de vós...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PROSASDEOUTONO: Sentidos Proibidos

PROSASDEOUTONO: Sentidos Proibidos

Sentidos Proibidos




É de silêncio o ar que respiro,

de vida, o coração que bate

por mais um dia, ou um suspiro,

que importa, se viver é arte...


E arte, é o que meus olhos em ti vêm

quando teu corpo ritmado passa,

meus sentimentos coram e lêem

virtudes, ou pecados com graça...


E perfumado é o teu caminho

deixando rastro de felicidade,

amor, paixão, algum desalinho.


Inebriados ficam meus sentidos,

creio mesmo não enxergar verdade,

onde os sentidos são proibidos...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

No Meu Olhar




Se deixar falar meu coração,

se minha boca disser o que entender,

ninguém irá sequer perceber

quem fala o quê, com razão...


Olhos nos olhos lê o que digo,

cada sílaba, cada palavra tem cor,

talvez até falem de amor,

se amor for o que persigo...

Vida




Batem as horas no relógio da vida,

lentamente, pausadamente,

(como se cada pancada fosse sentida)

e em cada bater, o recordar,

o lembrar do passado, mesmo recente,

como se o amanhã não precisasse chegar...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Bolas de Sabão




Inventei liquido de sabão,

mexi e ganhei bolas coloridas,

leves, mais leves que o ar,

que suavemente ganhavam vida.

Tentei numa entrar, pé ante pé,

com pantufas de lá,

sem respirar,

para com ela voar,

mas a bola disse que não...

Triste, e de olhar no chão,

virei a água de sabão,

por não me deixarem sonhar...

domingo, 26 de setembro de 2010

Renovação




Preciso respirar ar puro,

descontaminado, filtrado,

preciso de limpar todo o meu interior,

e se preciso for,

me peguem de pernas para o ar,

chocalhem-me

até tudo sair pela boca fora...

E depois de tudo, no fim de tudo,

deitem-me ao mar,

deixem-me bater bem no fundo,

e só quando meus olhos revirar,

icem-me, rápido, soprem-me novo ar

para de novo renascer...

Preciso renascer,

Anseio viver...

sábado, 25 de setembro de 2010

Outono




O sol teima em brilhar, em aquecer.

Lá fora ainda se sente o verão,

o convite para o mar, tocar a água

num sonante mergulho, rejuvenescer...

Mas este verão está fora do tempo,

e como tudo na vida, sem mágoa

deveria morrer, para renascer...

Onde param as andorinhas,

o chilrear dos pardais,

os dias longos, festas na aldeia?

Tudo passou, hibernou.

Se o mundo existir, se a primavera deixar,

no novo ano hás-de vir

dentro do teu espaço, até o Outono chegar.


Outono, entra...estás entre amigos...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Banco de Jardim




Um banco de jardim é meu poiso,

onde adormeço, onde sonho,

onde descansam as gaivotas...

Aqui analiso quem passa,

os velhos que por ali deambulam,

as mulheres em pose de engate...

Tudo daqui se vê, se pressente,

quem diz verdade...quem na verdade, mente...

Os bancos de jardim sabem coisas,

segredos contados na primeira pessoa,

companheiros inseparáveis na solidão...

E há um velho que triste passa,

olha-me, e a medo pergunta:

Dás-me lume?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pingos de Chuva



Feliz, olhei o céu, o cinzento prometedor...

Sorri, e pacientemente me deixei levar...

Este momento, este desejo que pairava no ar,

me fizeram recuar no tempo,

aos dias de infância, brincadeiras de criança,

onde os pingos de chuva nos faziam sorrir.


E hoje, sorrio novamente para a chuva,

e cada gota que salpica minha pele

eu a beijo, ternamente a beijo,

como dádiva divina em meu ser...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Apenas na manhã...


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Paragem do autocarro, 7:30 horas da manhã. É pouca a gente na rua, quase sempre os mesmos, e cada ser tem sua tara, mania, cada um tem algo só seu que o identifica, a sua personalidade.

Olho cada um sem prender seu olhar (que pensariam de mim...) e neles vejo resignação, apatia, noutros vejo dor, sofrimento, e noutros ainda a loucura ou o principio do fim. Triste fado de quem vive assim, de quem olha em redor e nada deve ver, porque não há nada para ver...

Olham o silêncio, o vazio, olham sem se aperceberem dos autocarros que passam, do metro que vai e vem. Estes seres não estão ali, e nada me diz que estão vivos, presentes neste mundo que ainda tem alguma cor.

Deixo de pensar em quem me rodeia (farei eu parte desta teia?) e busco meu intimo, meu sentido na vida

É dificil a pesquisa, e ao mesmo tempo me atropelo em montanhas de ideais, outras tantas de sentimentos, mares de felicidade.

O ser humano que nasceu da perfeição, tudo altera, se consome em futilidades e no dia a dia permite que se diluam no nada as sua legitimas ambições, seus desejos de felicidade e sonhos por realizar..O ser humano é um poço de contradições

Chega o autocarro e nele a viagem com destino certo, sempre pelas mesmas ruas, sempre com a mesma paisagem

Aqui e ali, "bolsas" de gente, resignados, numa prisão feita à sua medida que é a estação do metro. Não se falam, não se olham, não se conhecem, quem sabe não se odeiam? Olho para eles enquanto dura o semáforo (outra forma de prisão), e sinto pena, pena de que se me olharem com olhos de ver, também terão pena de mim..

domingo, 19 de setembro de 2010

Deserto...




Hora nocturna, sem desejos, em desvario,

hora morta, no silêncio que se impõem.

No seio de mim, bate forte o pensamento,

ruge, desespera-se na contradição...

No momento presente, neste ar que respiro,

parir seria eleição, gratificação talvez

para o deserto que em mim floresce...

Fazer nascer palavras, sentimentos, sonhos,

fazer nascer sem o tempo para dar à luz,

nesta hora nocturna, sem desejos, em desvario...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Aconchego da Noite




Fez-se noite,

sem ruídos, sem sombras,

apenas noite...

E na noite,

na calmaria que se sente,

o sabor da chuva em forma de orvalho.


Rostos se iluminam,

sorriem,

e na calmaria da noite,

o convite,

o desejo,

o partilhar dos corpos...


Fez-se noite,

fez-se dia com o brilhar da paixão...

Corpos ondulando,

se curvando em ritmos loucos...

Alguns gemidos...roucos...


Fez-se noite,

cai a chuva,

pasma-se a vida...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Metas e Objectivos




Tracei metas, objectivos,

planejei, sonhei,

nada cumpri,

de alguns, até esqueci...

E agora que nada traço,

da vida nada peço,

sou feliz...

A vida, tudo me dá,

o destino assim o quis...

Que adianta querer o mundo,

O sol, a terra, a lua,

dominar a cada segundo,

e ter medo da sombra, na rua?

Nada tenho, nada peço,

minha vida é livro aberto,

e cada folha a desfolhar,

é novo dia a despontar...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sombras na Noite



A estrada tem sombras que só meus olhos vêm...

Nos telhados poisam seres que todos os olhos vêm...

Os anjos se encontram, e do alto nos vigiam,

sem pressas, e enquanto isto, outros partiam...

domingo, 5 de setembro de 2010

Viagem ao Douro - 2010







O Douro tem sempre seu encanto...Mas nesta altura do ano em que tudo se prepara para as vindimas, mais se realça sua beleza.
E nem os 39.5 ºC nos afugentaram daquele local, onde o homem teima em deixar sua marca, suor e quantas vezes lágrimas...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Faz-se Tarde


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Faz-se tarde meu amor, tarde

como a noite após o longo dia,

como o sentimento que não arde,

num coração em lenta agonia.


Faz-se tarde pela tua ausência,

pelos desejos já ressequidos,

pelos lençóis sem vivência,

pelos sonos em vão perdidos...


Meu amor, estranho amor...

O quarto, tem silêncio no vazio...

Choram as paredes sem cor...


Faz-se tarde...Tarde na vida...

O amanhã traz ares de arrepio,

o amanhã tem a esperança perdida...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Da Minha Varanda




A minha varanda é o meu mundo,

é um olhar para a gente que passa,

os bandos de pássaros em remoinho,

o nascer e o pôr do sol...


Da minha varanda me lanço no espaço

e me deixo levar pelo coração,

e tal e qual a andorinha que esvoaça,

pressentindo o fim do verão,

liberto meus sentimentos,

dou-lhes asas, buscando emoção...


A minha varanda é o meu mundo,

onde eu existo, sonho,

onde tudo ainda faz sentido...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Rosa Branca




Contigo, partilho a dor do corte,

do aço fino e penetrante

que esventra teu corpo,

dilacera teus espinhos...

Lágrimas brotam de teu ser

tombando no chão frio e inerte...


Minha rosa branca e perfumada,

que sonhavas ser rainha no jardim,

te prenderam, subjugaram num ramo,

te levaram, afastaram de mim...

Minha rosa branca e perfumada,

Serás sempre flor amada...


E quando por fim chegar a hora,

e tuas pétalas perderem cor,

chama por mim no teu grito de dor,

meu coração sentirá teu chamamento...

E tu minha rosa branca e perfumada.

serás minha rainha, serás amada...


(a todas as rosas de meu jardim)

domingo, 29 de agosto de 2010

Dia de Domingo





Dia de Domingo


Há magia no ar, sente-se nesta manhã de Domingo...

O sol que brilha na calmaria da natureza,

os pássaros que ainda repousam por entre a folhagem,

as gentes que vivem por entre as janelas ainda fechadas...


Que saudades de outros Domingos...

sábado, 28 de agosto de 2010

Destino Final




Soltam-se os sinos na igreja,

sons únicos que ecoam no tempo,

quatro tábuas repousam no chão,

almas "vivas" aguardando o momento...


"Companhia" que ninguém vê,

perfume que ninguém sente,

seu caminhar sente-se na aragem

que nos atravessa, nos trespassa...


Ouve-se a oração, a ladainha,

um adeus até outro mundo,

e as almas se recolhem, repousam

num sono eterno, profundo...


De pó, é seu corpo efémero,

em pó, cinza, restos, lixo,

o tempo tratará do impuro,

será o que ninguém quer...


Fecha-se um tempo, um ciclo,

cerram-se os olhos na recordação,

tudo vai passar, atenuar,

novas vidas se seguirão...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Beleza em forma de Mulher


http://www.hephesto.com/agrega/wp-content/uploads/2008/12/mulher-bonita.jpg



Tanta beleza nesse rosto, nesse olhar....

ah se eu te conseguisse tocar,

se eu te conseguisse pelo meu olhar

chegar até ao fundo de ti,

a cada ponto mais sensível de teu ser...

ah se eu te tivesse aqui,

onde as horas morrem no sabor do tempo

e o meu tempo não tem horas,

onde serias a minha noite e o meu dia

o meu principio e o fim...

ah se fizesses parte de mim...