quinta-feira, 31 de julho de 2014

caminhos...



caminho...
são tantas as estradas,
tantas as encruzilhadas,
e eu caminho,
sem destino...

caminho...
na mente, o sonho por florir,
águas de Abril por cair,
porque o tempo parou
algures no caminho...

abro mãos de tudo,
e tudo afinal é quase nada...
talvez meu caminho
seja um esboço, uma pincelada
sem nexo, num mapa inventado
como quando inventamos palavras,
e o amanhã...sempre, sempre adiado...




segunda-feira, 28 de julho de 2014

sei de cor...











não sei a cor do céu... amanhã...
não sei se haverá dia... amanhã...
nem sei se a cor da paixão
ainda será rubra... como a flor da romã...

mas sei contar os dias, as noites,
sei de cor cada inverno, cada verão,
em que os dedos se entrelaçavam
e de tantos, ficavam tão poucos... em união...



domingo, 27 de julho de 2014

recordações...




tão fundo o mar,
e tão superficial
o arquivo das histórias,
o baú das memórias...

talvez o fogo
na ânsia de consumir, tudo apague,
mesmo o que nunca arde...
tão forte o poder das palavras,
mesmo as que ficaram por dizer...

tão forte o querer...sem querer...







bom Domingo....



tão férteis os meus campos de cultivo,
onde tudo nasce, germina a cada amanhecer.
lancei sementes de sol, e de lua cheia,
reguei com lágrimas de saudade,
e aguardo... talvez renasça vida, 
talvez tudo seque com a água salgada....




sexta-feira, 25 de julho de 2014

partilhas...




partilho contigo todos os segredos,
todas as ânsias, certezas e... meus medos!!
partilho contigo o aroma do mar,
os passeios, os abraços, a sedução no olhar!!
partilho contigo a saudade...
a luz ténue, perdida, pelos cantos da cidade!!



quarta-feira, 23 de julho de 2014

raízes...



de que seiva,
de que ar,
de que vida,
se alimentam
as raízes que nos prendem?

como fugir,
esquecer,
ou tão só libertar
o corpo, a alma,
dos abraços eternos?

cada raiz
é um abraço,
um eterno laço
sem palavras,
sem falsos gestos...



domingo, 20 de julho de 2014

ilusões....



vinham de longe as gaivotas
e traziam os sonhos, as quimeras,
como os barcos que um dia partiram
e chegaram com noticias de outro mundo...
não sei se quero ler os sonhos
ou entrar no mundo das ilusões...
é tanto o mar, tanto horizonte a desbravar...


quinta-feira, 17 de julho de 2014

breves momentos....




abri meus braços, meus abraços
ao corpo teu que rodopiava, ganhava vida
ao som de uma música que eu não entendia...
a música que eu te oferecia,
saía do silêncio das palavras,
do pulsar das veias na madrugada...
deixa-te levar, embalar
pela melodia dos sentidos.
são tão breves os momentos permitidos,
como se não houvera amanhã,
sonhos, avenidas de mil flores,
como se não houvera jamais
paraísos para todos os amores....



quarta-feira, 16 de julho de 2014

elos que se partem...




tão frágeis os elos das correntes
que o tempo e o mar corroeram...
agora, livres das amarras,
voam os fantasmas pela cidade,
deserta, sem vivalma,
sem os gestos dos amantes...

triste a cidade, os objectos,
e os candeeiros da rua,
outrora almas cintilantes
mas que morreram de pé,
tal e qual estátuas, insignificantes...



domingo, 13 de julho de 2014

Bom Domingo...


lindo o sol da manhã,
como os dias que são nossos,
sem horas, sem passado, sem futuro.
mãos nas mãos, a estrada é a nossa vida,
sem portagem, sem muro,
sem mágoa por alguém, sem ferida...

tua cabeça em meu ombro,
a paz que leio em teu olhar,
os dias de luz e cor que ousas viver,
e apertando minha mão nas tuas,
sentes que tua vida é um balão de ar
voando sobre as nuvens dos sonhos...



sábado, 12 de julho de 2014

um beijo na manhã...



vieram os pássaros, de longe,
nas asas, o perfume das manhãs de neblina,
no bico, as frases que fazem sonhar...
um a um pousaram em meu ombro
e deixaram recados no coração,
melodiosos, com seu cantar...

se eu fosse pássaro, se eu soubesse voar,
a cada levantar da neblina, um beijo, no teu olhar...



domingo, 6 de julho de 2014

sons do silêncio....



falas para mim na neblina do amanhecer,
na chuva que cai na manhã de verão,
falas para mim, mas eu não vou ouvir,
tudo se vai apagar apenas com um raio de sol.

queria te ouvir, como ouço o silêncio
e todas as palavras que invento,
queria te ouvir como a brisa que passa,
ou o singelo voar da libelinha...

fecho o livro das imagens e das palavras,
dos sonhos (ai os sonhos..) e dos sorrisos,
das lembranças e da esperança
que do pensamento sumiu, e jamais alcança....


sábado, 5 de julho de 2014

desassossego...



tão tristes as flores,
os sons da tarde, 
tristes as brincadeiras de criança
e o bater do coração...

de cinzento se veste o céu,
e chora, chora no meu ombro
pelo sol que se escondeu...





quarta-feira, 2 de julho de 2014

lágrimas...



corre um fio de água no meu olhar,
frio, transparente, quase cruel...
impossível conter, parar,
como se meu mundo fosse um mar,
onde desaguam os sonhos,
e os pesadelos... e os desassossegos...