quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

palpitações...



eu queria e sonhava,
eu sonhava e nada acontecia...
abri as mãos, libertei os sonhos,
toda a fantasia
que enche a alma...

da fonte da vida,
as gotas que irrigam o coração,
o rumor que extasia,
que leva ao rubro quem ama,
que faz palpitar a paixão...

eu queria e sonhava,
eu sonhava e nada acontecia...



terça-feira, 16 de dezembro de 2014

sensações...




lentamente voavam os pássaros,
as nuvens que os deuses pintaram no céu...
cá em baixo, entre o areal e o imenso mar,
a saudade, a dor secreta e fulminante
que no silêncio nos faz naufragar...






sei-te de cór....



 invento uma estrela,
um ponto mais brilhante
num céu só meu...
invento um sorriso,
e num compasso,
num simples passo,
apareces, radiante,
ou tão somente... bela!!
tu és a estrela...


sábado, 22 de novembro de 2014

no silêncio...



inquietante o silêncio das coisas,
das pedras do caminho,
das árvores que me rodeiam...

finjo não ouvir...
o silêncio por vezes diz coisas
que matam como facas afiadas,
ou tão difíceis de entender...

quem quer contar até três,
olhar o céu, admirar as estrelas,
sorrir, sim, sorrir
e aos pinotes pensar que voa?

tonto, irreverente, inconsequente...
lá fora mora a noite, escura como breu,
e no céu... não há estrelas no céu...
apenas o luto por quem está ausente...


se eu soubesse pintar...



se eu soubesse pintar,
se o estado de alma permitisse,
se o céu não fosse inacessível
e se o querer fosse maior que o desejo,
bastaria um estalar de dedos,
no vento, um postal em forma de beijo,
mil cores alcançariam o meu olhar...



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

olhando o céu...



olhava o céu como se esperasse ver andorinhas,
mas andorinhas só chegam na primavera...
agora é o tempo das neves e das chuvas de Novembro,
do tempo sem tempo, dos dias sem dias,
do corpo pesado, triste, já com saudades de Setembro...

em vão continua olhando o céu...
talvez passe um anjo, um cometa com recado,
talvez passe uma mensagem do ser amado,
talvez brilhe uma estrela, com um desejo só seu...


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

animais...



 (à amizade entre o ser humano e 
sua fiel companhia..o seu cão)

entendes o que eu digo,
e eu te compreendo tão bem...
por vezes, até penso sermos um só,
porque sem ti, não sou ninguém...

abraças-me, beijas-me,
como se eu fosse a outra parte de ti,
e eu deixo, faz-me bem...
se pudesses ver, meu coração por ti sorri...



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

aromas....




lentamente caem das árvores...
parecem pássaros, adormecidos,
ou já sem vida, abatidos
pela crueldade do tempo...

assim são as folhas,
a manta que cobre a árvore
e que se despe no frio outonal...
arrepio-me, faz-me mal
a agonia levada pelo vento.

não demores primavera,
nem esqueças os aromas da serra
quando acordarem os sentidos.
não esqueças a visão da terra lavrada,
ou as vinhas de forma ordenada,
sinais de vida, aromas vividos...



domingo, 16 de novembro de 2014

jardim de ilusões...



tenho ilusões, vendo ilusões,
minha casa é um palácio de ilusões...
não é em vão que minha casa tem um jardim,
um jardim repleto de ilusões,
que são todas as flores que nascem de mim...



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

teus olhos...




nos teus olhos vi a doçura das manhãs de Abril,
o sereno encanto do pôr do sol à beira mar...
vi a paz, a insaciável paz que em vão procurava,
e olhando o fundo de teus olhos,
talvez veja o céu, o mar, o rio de calmas águas...
talvez nos teus olhos veja os meus... sem mágoas!!



quarta-feira, 12 de novembro de 2014

momentos...



lavo minhas mãos no liquido do tempo,
sem reservas, sem alucinações...
lentamente, vai evoluindo a história,
tantos os momentos de discórdia,
insanável o rol das lamentações...





terça-feira, 11 de novembro de 2014

apenas aprendiz...do amanhã.



ainda que amanhã seja tarde,
veste teu vestido de domingo
e solta-te pelos vales, sorrindo...

ainda que amanhã seja tarde,
solta teus longos cabelos de avelã,
aos sonhos que te acordaram pela manhã

ainda que amanhã seja tarde,
abre teus braços ao amor que te espera,
que de desassossego em desassossego desespera

mas mesmo que não seja tarde,
solta teu grito de liberdade,
salta aquela fogueira, onde arde a verdade
das palavras por dizer...e que falavam de saudade...


domingo, 9 de novembro de 2014

que não pare o tempo...


peço que parem as horas, os dias,
que o tempo pare na próxima estação...
preciso contar as emoções, as alegrias,
quantas vezes bateu o coração,
quantas as histórias de vida...

desfolhei-o o historial numa causa perdida,
tudo é silêncio, páginas em branco,
gráfico sem picos de batida,
nada de surpresa ou de espanto...
meu livro é assim, um caso de sucesso...

preciso saltar, virar a vida do avesso.
preciso dizer sim, sim, preciso dizer não,
e a cada segundo, ouvir o bater do coração...



sexta-feira, 7 de novembro de 2014

teu olhar...




de quantas cores é feito um sorriso,
um olhar meigo, atrevido,
de quantas cores se veste o paraíso?
fixo teu rosto, teu olhar,
e perco-me... ou já não sei contar...
teus olhos, têm as cores vivas do mar...





quinta-feira, 6 de novembro de 2014

sombras com vida...



persegues-me como se fosses a sombra,
a sombra de meus pensamentos.
sei que vens no encalço do nada,
do vazio que se move no chão,
e no entanto, ocupas a madrugada,
o altar dos abraços após amar com sofreguidão...

espera... estendo até ti a passadeira vermelha,
o tapete de rosas e cravos, todas as flores de verão,
podes vir... toca meus dedos.... segura minha mão...


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

na palma da mão...




perguntas pela primavera dos sentidos,
pelas histórias que ainda ficaram por contar,
pelos aromas entre as serras perdidos,
pelas manhãs de neblina e o ondular do mar...

perguntas no silêncio da palma de tua mão
dos segredos guardados nos momentos de paixão,
e nada te respondem... nada podem dizer...

quem ousará nos sonhos se perder
revelando os segredos de amanhã?

quem irá se esconder, sem dizer... até já?



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

histórias e fantasias...



eras miúdo como os botões de rosa por abrir,
sonhavas voar como as aves,
e o teu mundo era um barco de papel.

no teu mundo, tudo era possível,
como falar com as estrelas
ou andar sobre as águas do mar...

mas esse era o mundo da fantasia,
das histórias de contar,
dos finais felizes, como que por magia.

um dia o botão de rosa floriu,
e pétala a pétala foi caindo da floreira,
todos os sonhos se queimaram numa fogueira
feita de estrelas, de mar, e de teu rosto, que um dia sorriu...


domingo, 2 de novembro de 2014

o que semeamos...



semeamos os ventos para levar as aves
e esquecemos de todos os outros animais...
tudo o que cultivamos, perdeu-se no tempo,
sem história, e da vida, nem pequenos sinais.

falta pouco, muito pouco para nova sementeira,
sem ventos, sem fim de estrada, sem canseira...



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

outros sons...



aos meus ouvidos, no silêncio,
soam frases intemporais,
versos que rasgam os sentimentos
e lhes retiram das entranhas
tudo o que de belo canta o amor

felizes os "tocados" pelo dom,
que sendo grandes, sofrem na dor,
carregando dentro de si
um bater mais forte do coração...



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

em de(composição)...



 escrevo num quadro,
fundo branco, algo piscando...

sem ser pelo punho da mão,
vai nascendo a composição
em formato memorando,
e emocionalmente tão virtual.

cada palavra, terá sempre um sentido,
mas logo à nascença perdido
nesta encruzilhada de linhas 
neste objecto sem rosto.

desligado da vida
mas acarinhado por gosto,
sempre fica triste a despedida
quando a composição parece renascer.

em formato memorando
e emocionalmente tão virtual,
ficam as frases, carentes do tempero, do sal,
almas perdidas, no tempo e no querer...


terça-feira, 28 de outubro de 2014

divagando...


faz-se tarde, amor,
e o tempo teima em correr
como se em busca de algo
ou fugindo do passado.

em vão semeio pontes,
caminhos, ou avenidas 
repletas de flores, 
onde te pudesse encontrar
num passeio primaveril...

não, agora lembro
que não gostas de flores,
e os passeios cansavam-te,
como se a cada passo
germinassem dores...

faz-se tarde, amor,
como tarde é passado
na noite que já chegou...
olho as estrelas, que já não brilham,
e pensando bem... talvez nunca seja tarde, amor...