domingo, 31 de agosto de 2014

palavras...



não era o tempo que procurava
porque esse vai e nunca mais volta...
mas as palavras sem tempo
ou que no tempo são eternas,
essas, talvez se tenham perdido
nas voltas do tempo...




terça-feira, 26 de agosto de 2014

esperança...



invento as palavras,
os sorrisos,
invento o rosto da manhã
e do fim do dia,
invento a noite
e o livro do querer,
invento um novo amanhecer
com páginas de esperança e utopia...




segunda-feira, 25 de agosto de 2014

outras vozes...



a pouco e pouco, construí degraus,
escada para me levar ao fim do mundo...
e fui subindo, subindo, até encontrar o silêncio,
a voz que me fala em tom profundo
que só minha alma sabe entender....



sexta-feira, 22 de agosto de 2014

horas mortas...




deixa-te seduzir pelo momento,
pelo som das ondas que a brisa leva até ti...
ouves o mar, o borbulhar da espuma na areia?
tenta fechar os olhos, abre teu pensamento
e deixa fluir os sonhos, como se pudesses voar...

espera... abre teus braços,
tuas mãos, que eu possa segurar
e seguir, como se vidas presas por frágeis laços.

sabes, sinto sede do calor de teus lábios,
do fumo do tabaco que sustínhamos sem respirar
como se o travo nos fizesse levitar...

deixa-te seduzir pelo momento...
só mais um cigarro,
um beijo... um recorte no tempo,
até que a noite me embale em seus braços
e os sonhos repousem nas nuvens, embalados pelo vento...



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

moldura...




imagino um rosto de mulher,
uma moldura algures na parede
(como a avó fazia questão de ter),
e no rosto, os lábios rubros de sede

são lábios vivos, emanam tentação,
e quem passa, quem vê o retrato,
sente-se levado pelo desvario, em perdição,
pensamento obsessivo, pouco sensato

ah se a moldura, sendo estática, falasse,
se dissesse palavras ao ouvido,
ou se, foto a foto em transe passasse,
talvez me levasse, num abraço proibido...


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

gotas de orvalho...




uma após outra, na folha verde ainda,
juntam-se as gotas do orvalho,
as lágrimas do anoitecer...
no silêncio, de forma lenta e precisa
formam um fio de vida,
vida que dá vida a um novo amanhecer...



sábado, 16 de agosto de 2014

contas...





conta-me, 
conta-me das tuas contas,
e quantas vezes contas
as contas que nunca soubeste contar...

cada conta será um exercício,
uma prova... sem suplício...






terça-feira, 12 de agosto de 2014

outros jogos...



a cada manhã, chamavam pelo dia,
afastando a noite, as trevas,
chamavam pelos bichos do monte,
pela liberdade das aves.

na fantasia do momento,
esqueciam-se do lugar, do tempo,
do sol que os cobria em tons dourados
como se predestinados, abençoados...

tão loucos, tão sem memória...
perdidos nos jogos de sedução,
não viram chegar a lua, a noite,
e se perderam algures, na escuridão...




sábado, 9 de agosto de 2014

registos...



um após outro, todos os registos
renascem, como palavras vivas
que ditam ordens, preces...

vestem-se de cores vivas, alegres,
perfumados pelas flores do campo,
e enfeitados pelos cachos da vinha...

dançam... dançam como só os loucos
ou os inebriados pelas drogas,
e quem os lê, desfalece,
que de saudade, a alma padece...



quarta-feira, 6 de agosto de 2014

voando no vazio...



voavam nos espaços
como se fossem gaivotas,
livres como o vento
e as ondas do mar.

voavam nos espaços...
e riam, e sorriam,
como se não houvera marés
mas apenas um lago de calmas águas....




domingo, 3 de agosto de 2014

meu castelo...


de mil páginas nascem mil imagens,
que são tantas quantas as miragens
que ousamos sonhar... viver...

construí um castelo, sobre um rio a correr,
sem margens, sem mar onde desaguar...
meu castelo, será um barco, uma estrela a brilhar,
onde não existem sonhos, nem palavra "amar"...