quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

segredos do vento...



abro minha mão ao vento
e sinto-o passar por cada dedo,
como se me contasse segredo,
de algo que ouviu no tempo.

mas tu vento, és traiçoeiro,
sem origem certa, sem timoneiro,
qual amante a tempo inteiro,
qual dádiva de amor por dinheiro...

Fecho os olhos, ouço o coração,
melodias de olhares, de toques das mãos,
de palavras doces em refrão,
que todas juntas, formam uma canção...

vai vento, não me levarás em tentação...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Os sonhos e a vida...



foi na manhã, ainda o sol nascia
e um manto de geada o monte cobria...
sonhaste,
sonhaste como sonham as andorinhas
pela chegada da primavera,
ou as pedras coçadas na calçada
pelos passos perdidos da madrugada...
sonhaste...
e teus sonhos eram fantasias,
bolas de sabão lançadas na brisa,
pétalas de flores de doce aroma,
poemas de amor e paixão...
teus sonhos, podiam ser uma canção...

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Os teus olhos....


era tarde, num fim de tarde de inverno,
quase primavera, quase luz, quase esperança.
e nessa tarde, teus olhos eram papoilas,
ou tulipas, ou cravos vermelhos...
só sei, que entrando no fundo de teus olhos,
eram de mil cores as flores de teu jardim,
onde dançavam, acho que até riam para mim,
e eu deixei-me adormecer no mundo dos sonhos....

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

incerteza.. ou talvez não...


talvez sejas água pura e límpida,
que purificas meus lábios ao amanhecer...

talvez sejas o sol das manhãs de primavera,
que afaga meu rosto sem eu perceber...

talvez sejas lua, ou uma estrela cadente,
que se libertando do paraíso celeste,
em cada visita à terra, de paixão se veste,
e os corações inflama de forma ardente.

faz-se tarde, e a noite me traz o medo
de, ao ver tua imagem, não te poder tocar,
nem te sorrir, nem teus lábios beijar...
Talvez sejas deusa... ou um amor em segredo...


domingo, 17 de fevereiro de 2013

no silêncio....




faz-se silêncio no tempo,
apenas quebrado pelo som do beijo,
pelo desejo, que expira de nossos lábios...

as mãos, estendem-se pelos labirintos
de dois corpos sedentos,
e no silêncio do tempo,
ouvem-se melodias nas veias
orquestradas pelo coração...

é de ouro este silêncio,
implorado, alargado no tempo,
e só quem não vê ou sente o momento,
nunca saberá o que é viver uma tentação...


sábado, 16 de fevereiro de 2013

transparente...

 olhares.uol.com.br

partilhas comigo os gritos da tua alma,
os desejos, o querer,
que só o ar que respiras
conhece tão bem como eu...

dispo-me de tudo o que me cobre,
as roupas, a pele,
até do perfume que gostas.

quero estar igual a ti...
transparente,
sem sombras ou dúvidas,
onde possas ver a água límpida que sou,
e onde gritos se libertam de minha alma...


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Meu casulo...


fio a fio
como o pássaro faz o ninho,
fiz meu casulo,
meu retiro,
onde só entra quem convido,
quem tem uma história a contar...

e esse casulo,
é um castelo,
um barco à vela,
um diário de cabeceira,
ou um coração para amar.

quem entrar no meu casulo,
que traga histórias de encantar...

domingo, 10 de fevereiro de 2013

é tarde...


é tarde e nada escrevi
do tanto que havia para dizer...
queria te falar dos sonhos,
das estrelas,
queria te falar do mar,
do sol de Agosto,
queria te falar do sorriso da manhã
e do silêncio da noite...

queria te falar pelos meus dedos,
que tão bem combinam com tua pele
em carícias que só eles entendem...
e assim, em palavras que se perdem,
abeira-se de mim a saudade
dos teus beijos, que nos meus lábios escrevem...


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Teu sorriso...


por entre os caracóis de teus cabelos,
pelas madeixas que adornam teu rosto,
vejo teu sorriso, teu belo sorriso,
o encanto moldado por teus lábios,
a brancura das manhãs de primavera...

e nos momentos que de ti mais preciso,
quando abro a janela de meu quarto,
cada flor, cada botão de rosa a abrir,
é teu rosto de mil pétalas, de mil cores,
me dizendo "bom dia"... a sorrir...


domingo, 3 de fevereiro de 2013

tempos de menino...


lembro..ainda era menino,
menino de escola,
numa mão, lancheira com o almoço,
na outra os livros na sacola.

e este menino sonhava
(coisas que já não lembra),
e a mãe que da vida era escrava,
o pouco que tinha, o pouco lhe dava.

mas tudo tinha uma condição
porque na vida nada vem ter à mão,
e a caneta que ele tanto queria,
haveria de vir, na venda do que a terra dava.

e como ele ficou contente...
a caneta comprada na mercearia da aldeia,
era nova, de tinta permanente,
e vinha ainda em caixinha de cartão...

Não sei se muito escreveu
ou se deixou de escrever por falta de tinta,
mas na alma do menino que cresceu,
o desejo de escrever nunca mais acabou...

e hoje ele recorda com saudade
dos tempos que ser menino é ser grande.
porque vê toda a vida à sua frente...

o menino hoje já não usa caneta,
nem cadernos de linhas com muita vaidade,
o menino hoje, escreve para muita gente...