sábado, 31 de outubro de 2015

da minha janela...



da minha janela, vejo tua varanda,
as flores que afagas com tuas mãos,
os vasos que tratas com carinho...

da minha janela, vejo-te baloiçando
na espreguiçadeira, tão leve, tão serena, 
e sinto que teu olhar fixa o horizonte,
e em teu rosto, reina a paz de um dia de primavera.

da minha janela, vejo um postal ilustrado,
uma foto tua (tinhas o cabelo apanhado),
e os lírios vagueando pelo monte...

a varanda? essa não existe...oh, quanta ilusão...
foi apenas uma imagem de um final de tarde...



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

alucinações...












horas mortas na tarde cinzenta,
a chuva e o vento em sintonia,
como os amantes abraçados em qualquer esquina...

a sebe, de folha pintada de Outono,
balança ao sabor do vento
arrepiando a mente com imagens inventadas...

parece gente, ou espírito em forma de gente,
num vai-vem medonho, 
pronunciado pela luz do candeeiro,
imaginado numa mente débil e perversa...

ligo o motor do carro,
faróis em "longo alcance",
e arranque sem olhar para nada...

no meu horizonte, 
olhos que vêm, sem nada ver,
procuram a brisa da madrugada
e as imagens da primavera, para lá do monte... 




domingo, 25 de outubro de 2015

in(certeza)














é no silêncio que se esgotam as preces
as frases que não foram ditas
os olhares nas paredes vazias

de cada vez que fito o horizonte
não vejo céu, nem barco no mar
apenas a brisa me embala em seu manto...



domingo, 11 de outubro de 2015

foi ontem...


já ninguém lembra de ontem,
como se maldito fosse o passado, 
hereges as histórias contadas
e sofregamente vividas lado a lado...

já ninguém fala de ontem,
quais bocas seladas pelo tempo,
como se os olhos não falassem,
e o coração empedernido, se soltasse no vento.

o tempo, sempre o tempo, tempo com memória,
um dia abrirá o livro, página a página de história,
onde as imagens falam por si, sem legenda,
rostos doutra vida, talvez imaginada, talvez uma lenda...