terça-feira, 9 de março de 2010

O Trem


http://rad2008.files.wordpress.com/2008/03/metro4a.jpg


Na paragem em qualquer avenida,

vejo o trem que passa, suave "rodar"...

Dentro, as pessoas são peças,

são volume em catadupa,

são seres manietados,

são seres mal acordados...

E o trem as leva, o trem as trás,

e o ontem já não existe mais...

Quem vai lembrar do seu "navegar"?

O trem também ele "amarrado",

em carris "acorrentado",

não geme, apenas se ouve seu silvar.

Como eu te compreendo trem,

e invejo teu deambular...

Ninguém ousará te desencaminhar...

4 comentários:

  1. Lindo*
    Pra vc, meu sabido*


    Sábio é o que se contenta

    com o espetáculo do mundo,

    E ao beber nem recorda

    Que já bebeu na vida,

    Para quem tudo é novo

    E imarcescível sempre.



    Coroem-no pâmpanos,

    ou heras, ou rosas volúteis,

    Ele sabe que a vida

    Passa por ele e tanto

    Corta à flor como a ele

    De Átropos a tesoura.



    Mas ele sabe fazer

    que a cor do vinho esconda isto,

    Que o seu sabor orgíaco

    Apague o gosto às horas,

    Como a uma voz chorando

    O passar das bacantes.



    E ele espera, contente

    quase e bebedor tranqüilo,

    E apenas desejando

    Num desejo mal tido

    Que a abominável onda

    O não molhe tão cedo.



    Fernando Pesssoa como Ricardo Reis*

    Beijos*

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  2. Muito bom este poema...adorei passar.

    Beijinhos
    Sonhadora

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  3. Bom ouvir o silvar do trem indo e vindo, gostava de saber :
    -Até onde o trem poderá me levar?
    Bonito poema.
    uma boa quarta feira. deixo abraços Alex

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  4. Muito bom Alex...
    ainda que de arrasto, sob trilhos endurecidos, quem ousa derruba-lo...
    Sejamos fortes como trem, que carrega gente dentro da gente, sem ter hora de parar...

    Lindo!

    Bjs
    Livinha

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