quarta-feira, 25 de maio de 2011

Águas de Maio



Cega-me este calor que me rodeia,

este fantasma que ninguém vê mas sente,

manta que nos cobre tão ardente,

que tudo queima para quem semeia.


E eu te chamo água da vida,

gotas que imploramos a cada momento,

e enamorada ou sem discernimento,

afastada andas, errante, perdida...


Repara, até as flores choram,

e as aves, vê, quanta loucura,

seu piar é um lamento de secura,

e até as grandes árvores imploram...


Deixa-me dizer-te, é uma promessa,

se na noite, nesta noite de inferno

desceres sobre mim, como se fora inverno,

virei dançar na rua, até que amanheça...

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