domingo, 4 de maio de 2014

outras pontes...



quanta sede em meus lábios,
nestes olhos queimados e tristes,
pelos teus, que na manhã seduzistes
e entre nós se fez ponte.

num corpo parado olhando o horizonte
qual navio naufragado aguardando abate,
já não choram os olhos (é bom o disfarce),
mas morreram as palavras, os risos, ficou a dor...

enrolando na areia, vem o mar no seu esplendor,
e o que ontem foram dunas, espaços dos amantes,
tudo se perdeu, restam as memórias já sem graça.

fica a sede em meus lábios, no pensamento que passa,
até que chegue o dia, em que tudo será como dantes,
sem resquícios de sede, sem pontes entre nós...



2 comentários:

  1. sem resquícios de sede, sem pontes entre nós...
    Muito bonito!
    Beijos,
    Renata

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  2. Gosto das pontes pelo que representa nas nossas vidas , o intercâmbio entre os mundos as cidades as pessoas.
    O ir e vir, as partidas e as chegadas...
    Poema bonito ,como sempre ,
    um abraço

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