terça-feira, 1 de novembro de 2022

a dor da perda…

 






o local não seria propício para conversa...

"já passaram 10 anos que nos deixou..."
"ninguém está preparado..."

ouço, interiorizo, e um calafrio 
percorre meu ser...
e quando acontecer, que montes, que vales, 
que rios acolherão a dor?

que forças interiores se emanciparão
na fragilidade do momento?

tempo, faz do meu ser,
um castelo da terra ao céu...


Um dia como os outros ...

 








há dias que o calendário
teima em recordar...
apressam-se as pessoas,
carregam flores, triste o semblante...
o dia, como qualquer dia, nasceu,
e o sol ainda que envergonhado,
vai brilhando, a tudo indiferente.
por entre "ruas" estreitas,
do sítio onde jazem os que partiram,
a azáfama de embelezar,
"dar vida" ás pedras esculpidas
e para sempre inertes...
dentro de mim, apenas a singela recordação 
e um agradecimento à vida...


segunda-feira, 31 de outubro de 2022

inquietações...

 






do cimo das escadas as ideias renascem
e tudo se questiona, tudo parece imperfeito,
como uma casa terminada, mas com defeito,
afinal está de pernas para o ar...

questiono-me a cada momento
o que fazer, se refazer o que está feito,
ou fazer de conta e nada levar a preceito,
mesmo estando em plano inclinado...



domingo, 30 de outubro de 2022

apenas um raio de sol...

 







num raio de sol, a leveza
de mil imagens que se elevam no pensamento,
os sorrisos que se esbatem na beleza
de um rosto, e que perduram no tempo.

o tempo... espaço temporal que tudo guarda,
arca bíblica dos objectos, das pessoas e dos sentimentos,
inquisidor, ou carrasco sem rosto, sem farda,
indelével, qual brisa leve que se perde nos breves momentos.

como um livro, livro sem folhas, objecto vazio
onde se lê o que quiser, o que inventar,
assim "leio" o meu tempo, como corrente de um rio,

como luz de uma estrela, como vento que passa,
ou como ondas que se libertam deste mar,
e assim o tempo ganha vida, e vivendo, tem sua graça...