quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Passam os anos...


passam as luas,
as noites sem fim,
ondas atrás de ondas,
passos de mim
no areal que sempre se transforma...

e os anos vão passando,
os corpos tomando forma,
a certeza que não é adiando
que a vida vai ganhar cor...
o futuro é hoje, mesmo vestido de dor...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tua imagem....



são de cor suave as paredes que me rodeiam,
onde permanecem quedos
os quadros que falam do passado...

imagino outro quadro, com vida, sem medos,
não estático, preso, dependurado,
mas baloiçando pelos braços da fantasia...

oh, fértil e sagaz imaginação,
que na penumbra inventas alegria,
quando na alegria se move o coração...

de que te ris, sabendo que te admiro,
e que meu tempo é o tempo que me dás
quando, te imaginando, tudo é tão fugaz??

Apago a luz, preciso de um retiro
onde te chamando, ninguém ouvirá,
porque, em segredo, te digo Amor... até já!!


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Escutando a noite....



ouve Amor,
quão triste o silêncio na noite
sem o caminhar de teus passos,
sem o aperto de teus abraços...
espera, fica, deixa que pernoite
no mundo dos sonhos...

lembras das manhãs de primavera,
dos cânticos dos melros, das rolas,
da vida em sinfonia em cada amanhecer??

e cada manhã era um hino à vida,
ao amor sem tempo, sem hora marcada...

quão felizes as manhãs de primavera,
quão triste a noite sem madrugada...


domingo, 25 de novembro de 2012

Teu sorriso...



é no silêncio perpetuado entre o amanhecer e o anoitecer,
que o brilho do teu sorriso faz acontecer
que os dias não tenham horas, minutos ou segundos...
e assim a vida permanece no melhor de dois mundos,
o silêncio e o brilho de teu sorriso...

sábado, 24 de novembro de 2012

Anjo de mim...


batem à porta, levemente,
truz, truz, truz...
o bater não é de gente,
e a sombra não é minha cruz...

fecho os olhos da imaginação,
(sou tão novo meu Deus),
não me leves o coração,
não me queiras lá nos céus...

faz tempo, tão pouco tempo,
fui feliz, fiz alguém feliz,
e soube a pouco esse momento...
e se aconteceu, foi porque Deus o quis...

sai, vai embora sombra de mim,
sou tão novo, ainda agora se fez dia,
e quando chegar a hora, chegar o fim,
haverá escuridão, desalento, agonia...

Tua Voz...



em mim, carrego a "cruz" da tua voz,
a sonoridade que enche a alma,
o calor que invade o coração...
e no entanto, quando a saudade bate,
chamo, grito teu nome,
como se tua voz fosse água, pão,
alimento para a vida...
um dia, vou querer ouvir tua voz...
na despedida...


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Desejo...

em chama lenta, atroz,
arde este corpo, esta alma,
pela chama viva do desejo...

sussurro por tua voz,
por teu corpo, teu beijo...
imploro tua presença na madrugada,
pelos teus gemidos de mulher amada...

vai noite, já é tarde...
logo, logo, este corpo que arde
sucumbirá, para renascer, para viver...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Fez-se noite...



depressa se fez noite
na tarde que rápido se despia,
entristecem-se os olhos,
invade-nos a melancolia ,
até que renasça a luz,
até que se faça dia...

na esplanada, ainda sem fumo,
sem ruído, mas a teu lado,
o desejo do cigarro,
no prazer do beijo trocado,
olhando as estrelas,
em busca do sonho adiado.

dá-me lume...
faz renascer os sentidos...
a noite será nosso manto,
e a calçada nosso leito,
e mesmo que se quebre o encanto,
os sonhos Amor,  serão vividos....

domingo, 18 de novembro de 2012

fazes-me falta...

queria tanto te ter aqui,
luz viva e tranquila da manhã,
luar sereno em cada anoitecer.

queria tanto te ter aqui,
onde brilha o sol de fantasia,
mas faz-me falta o brilho de teu olhar...

queria tanto te ter aqui,
mesmo sabendo que escuto teu coração,
tua voz, teu respirar,
escuto até o som de teu beijo
quando meus lábios ousas tocar...

mas de tanto te querer ter aqui,
moldei tua imagem, teu sorriso,
e nas horas de saudade,
falamos os dois, como almas gémeas no paraíso,
onde só os puros de amor renasceram pela verdade...


sábado, 17 de novembro de 2012

Manhã de sábado...


ri-se o silêncio neste tempo sem cor, sem luz,
sinto que o ouço...
ou serão meus cinco sentidos em lamento,
já sem discernimento,
pelo forte bater do coração?






domingo, 11 de novembro de 2012

Prosas e Poemas...


ainda lembras das noites frias de inverno,
onde as horas ditavam o nosso tempo,
e o tempo era tudo o que restava
quando tão longínqua era a madrugada?

passaram dias, noites frias sem fim,
em mil prosas se teceram alegrias e fados,
poemas alinhavados, cânticos desvairados,
momentos que a memória teima em querer...

e cada novo dia é a esperança a renascer,
raios de sol sorrindo, mesmo que chovendo,
botões de rosa florindo, mesmo que morrendo,
porque morrendo de amor, o coração está a viver...

Sol de Outono...



têm inveja de mim
as folhas caídas no jardim...

por entre as árvores despidas,
beija-me este sol de Outono,
carícia já no tempo esquecida.

pudera eu ser ar, sopro de vida,
pudera eu viajar no tempo...


sábado, 10 de novembro de 2012

A tarde e o silêncio...



a tarde vestiu-se de melancolia,
ora de sorriso triste,
ora de lágrimas na tarde fria...
que bom este gostinho a lazer,
à contemplação do silêncio,
um querer com sabor a prazer...


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Tarde fria de Outono..


frio e agreste o vento neste fim de tarde,
onde as folhas baloiçam, e a madeira arde
nas lareiras das casas em redor...
que saudades das bugambilias em flor
das varandas abertas, do verão, da cor...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

...está frio....


sinto frio, arrepio
desta tua ausência,
deste parto difícil,
que é teu beijo, teu abraço...

e nem este mundo virtual,
de imagem, de som,
de fotos em pose casual,
alivia a dor no coração...



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Escrita com cor...

queria desenhar palavras
com os sons de nosso amor,
escrita fácil, sensual,
palavras fáceis de entender
mas tão difícil de escrever..
que importa a escrita com cor,
se tudo o que poderia dizer
só o coração saberia ler...


sábado, 3 de novembro de 2012

Hoje não brilharam as estrelas...



as horas passam e os corações aquietam-se
como se o tempo fosse dono do nosso tempo...
por entre sorrisos, desejos e olhares,
fizemos a festa, alimentamos o corpo, a alma,
demos asas à imaginação...
talvez não tenham brilhado as estrelas,
talvez até o céu as escondesse de nós,
mas sabes, vi luz, brilho, no mais profundo de teu olhar...