terça-feira, 30 de setembro de 2014

as palavras...



cansados e caminhando para a escuridão,
seguem os olhos letra a letra
cada palavra não dita
mas em gritante escrita
fugida da palma da mão...

lêem e relêem e nada entendem...
as palavras são o que são
e não vale ler, o que elas não dizem...



segunda-feira, 29 de setembro de 2014

outros aromas...



porta entreaberta,
silêncio na noite
e o brilho das estrelas...
pinto a aguarela
de negro e azul
que só os pássaros vão entender.

cansado,
reclino-me num sofá inventado
e tento adormecer...

estrelas, velai por mim,
não vá o mar me levar
e me deixe naufragar,
por entre os aromas de algum jardim...


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

grãos de areia...



eram leves, perfumados,
e ondulavam ao sabor da brisa...
sentir cada movimento,
era como um suave massajar
pelas mãos de quem sabe...
os pés, esses seres sem alma,
sem graça, sabem nos levar
pelas areias do destino,
e se esquecem de nos trazer de volta
às pedras soltas do caminho.
um dia vou querer ser mar, ser pé,
ser uma gaivota sem mar,
beijar cada grão de areia,
e nos seus ouvidos sussurrar:
deita-te comigo.. vamos sonhar...



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

um pouco de LUZ...



não sei inventar as palavras na tua boca,
nem os abraços, que teus singelos braços
prenderiam o corpo vagueando...

não sei inventar uma noite de lua cheia,
ou dias de sol, e mar de ondas calmas
onde florescesse teu sorriso...

mas sei onde moram as tuas mágoas,
os teus sonhos, e o tempo perdido...
vê... levanta o tapete... deixa entrar vida...