quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
EU E A CIDADE
http://aphs.worldnomads.com/leo/1220/China053.jpg
A cidade se abre para mim...
ruas, avenidas, casario,
gente atropelando gente,
carros, buzinas, ruído ruim,
um mundo diferente,
local onde fico ausente,
pensamento em turbilhão.
E no entanto tudo está à mão...
mil luzes, raios de néon.
um comprar sem precisar.
publicidade a lembrar
os trocos ainda por gastar...
A cidade se abriu para mim,
mas o meu mundo não é assim....
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Alê
ResponderEliminarO quadro que você pintou da sua cidade é Belo, ainda que não se enquandre nele!
Ofereço-lhe, querido
D´eu e minha cidade para você
MADRUGADA PAULISTANA
A noite desceu em bruma densa
cobrindo tudo com sua cortina de organdi
tragando espigões e até a torre da Paulista
já que não pousam aviões nas altas horas
se o próprio aeroporto desapareceu...
Por onde andará a lua e os guarda-noturnos
a guardar, soturnos, riquezas alheias
a salvo – até quando – de ágeis gatunos
quem sabe por aí andará
Sherlock Holmes
perseguindo figuras sinistras
pelos becos da Luz...
O fog paulistano
não abafou os últimos ruídos
na São Bento um caminhão de lixo
recolhe os vestígios do dia
a fauna noturna fuça em sacos plásticos
vultos enrolados em sujos cobertores
se arrastam perto da Catedral
ou fazem ponto nos bancos da Praça da Sé...
No Bexiga cuidadores de carros e boêmios
acendem fogueiras na calçada
e quando os últimos debandam dos teatros
restaurantes e cantinas
lá está a neblina a confundir a visão
a fundir vultos na escuridão
dopando o que se mexe sobre a Terra
a sugerir um canto quente sob um teto.
As damas da noite estragam ainda os saltos
do sapato no pedregulho
e seguem noite adentro
aquecendo-se à base de impropérios
no breu da noite os semáforos
já não passam de vagos indicativos luminosos
para um trânsito que se esvai
mas não vai de todo
na cidade que não pode parar...
Um som metálico de latas derrubadas
sugere algum cão travesso ou faminto
e os miseráveis que não são de Victor Hugo
disputam os metros
debaixo de pontes e viadutos
estremecidos pelos caminhões de entrega
trapos dependurados agitam-se
nas minúsculas sacadas coladas ao Minhocão
milhões de pupilas cerram-se
comprimidas nos cortiços e favelas
fecham-se os últimos bares apagam-se as luzes
e só os olhos luminosos dos reclames de néon
cintilam na escuridão
Espero que aceite, amigo
Obrigada
Rê
OI,Alex
ResponderEliminarA cidade e seu consumismo frenético.È uma vitrine de futilidades. Iluminada.
Lindo poema .
Obrigada pelas paradinhas lá no meu canto de poetar.Boa noite, abrços