segunda-feira, 6 de novembro de 2023

mãos cheias de nada...

 







tenho todo o tempo do mundo,
uma mão cheia de nada,
e outra mão numa escrita sem nexo,
sem vigor, sem alma, defraudada...

é hora de partir, barco sem remo, sem vela,
amparado pelo sorriso aberto, franco,
que me guia até ao mar imenso
onde teu rosto é luz envolto em manto.

que não se apague esta miragem,
este sonho vivido, alma sem bagagem,
sem porto de abrigo, algo intenso,

sem dor, apenas resquícios de outrora,
como quem se fere ao colher a amora
num silvado inventado, imaculado, denso...


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