domingo, 22 de dezembro de 2013

outra face da história...


como noutros tempos,
tempos que chamaram de  Natal,
abeirou-se de um barraco,
apenas palha e madeira seca,
e com a manta que trazia,
fez um leito, ainda que parecesse mal,
e no canto uma chama, que a aquecia.

passavam as pessoas,
espreitavam e murmuravam
"quem seria a desconhecida"??
e ela mantinha-se só, apenas só,
aguardando seu tempo,
um tempo fora do tempo,
porque o tempo, de ninguém tem dó...

chegaram as horas da libertação,
da dor, do sufoco,
do desconhecido e da imaginação,
até que gemidos se ouviram,
gritos de criança, tamanha aflição
que as pessoas ouviram e seguiram
até o interior do barracão...

benzeram-se, choraram...
aquela história, sim, era igual à outra,
uma outra que lhes contaram
quando meninas, ainda sem pecado,
e o menino que nascia, podia nem ter pai,
um pai imaculado,
mas um qualquer, sem trabalho, ou do acaso...

chamaram o padre da aldeia,
a fanfarra, a bicharada que por ali andava,
e foi tão grande a algazarra
que até o menino sorria...
trouxeram migas de vinho, canja de frango...
o menino provava, o menino comia,
e por ali ficaram, noite após noite, dia após dia...



1 comentário:

  1. Caro amigo.

    Meu desejo para os que habitam
    o meu coração,
    é um mergulho no tempo,
    onde cada dia,
    é um dia de ano novo,
    e cada sonho,
    uma senha a ser descoberta,
    nesta caminhada rumo a alegria.

    Muito obrigado por sua amizade.
    Que sejamos e façamos felizes a cada dia.

    ALUÍSIO CAVALCANTE JR.

    ResponderEliminar