tag:blogger.com,1999:blog-474714726250651489.post6085682167416189843..comments2023-12-05T21:11:19.336+00:00Comments on PROSASDEOUTONO: EU E A CIDADEprosas de outonohttp://www.blogger.com/profile/17450288078426386162noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-474714726250651489.post-59294395962681412942009-12-09T21:47:47.568+00:002009-12-09T21:47:47.568+00:00OI,Alex
A cidade e seu consumismo frenético.È uma ...OI,Alex<br />A cidade e seu consumismo frenético.È uma vitrine de futilidades. Iluminada.<br />Lindo poema . <br />Obrigada pelas paradinhas lá no meu canto de poetar.Boa noite, abrçoslishttps://www.blogger.com/profile/09057682898351149920noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-474714726250651489.post-59623961912963443042009-12-09T19:33:12.197+00:002009-12-09T19:33:12.197+00:00Alê
O quadro que você pintou da sua cidade é Belo,...Alê<br />O quadro que você pintou da sua cidade é Belo, ainda que não se enquandre nele!<br />Ofereço-lhe, querido<br /><br />D´eu e minha cidade para você<br /><br />MADRUGADA PAULISTANA<br /><br />A noite desceu em bruma densa<br /><br />cobrindo tudo com sua cortina de organdi<br /><br />tragando espigões e até a torre da Paulista<br /><br />já que não pousam aviões nas altas horas<br /><br />se o próprio aeroporto desapareceu...<br /><br />Por onde andará a lua e os guarda-noturnos<br /><br />a guardar, soturnos, riquezas alheias<br /><br />a salvo – até quando – de ágeis gatunos<br /><br />quem sabe por aí andará<br /><br />Sherlock Holmes<br /><br />perseguindo figuras sinistras<br /><br />pelos becos da Luz...<br /><br />O fog paulistano<br /><br />não abafou os últimos ruídos<br /><br />na São Bento um caminhão de lixo<br /><br />recolhe os vestígios do dia<br /><br />a fauna noturna fuça em sacos plásticos<br /><br />vultos enrolados em sujos cobertores<br /><br />se arrastam perto da Catedral<br /><br />ou fazem ponto nos bancos da Praça da Sé...<br /><br />No Bexiga cuidadores de carros e boêmios<br /><br />acendem fogueiras na calçada<br /><br />e quando os últimos debandam dos teatros<br /><br />restaurantes e cantinas<br /><br />lá está a neblina a confundir a visão<br /><br />a fundir vultos na escuridão<br /><br />dopando o que se mexe sobre a Terra<br /><br />a sugerir um canto quente sob um teto.<br /><br />As damas da noite estragam ainda os saltos<br /><br />do sapato no pedregulho<br /><br />e seguem noite adentro<br /><br />aquecendo-se à base de impropérios<br /><br />no breu da noite os semáforos<br /><br />já não passam de vagos indicativos luminosos<br /><br />para um trânsito que se esvai<br /><br />mas não vai de todo<br /><br />na cidade que não pode parar...<br /><br />Um som metálico de latas derrubadas<br /><br />sugere algum cão travesso ou faminto<br /><br />e os miseráveis que não são de Victor Hugo<br /><br />disputam os metros<br /><br />debaixo de pontes e viadutos<br /><br />estremecidos pelos caminhões de entrega<br /><br />trapos dependurados agitam-se<br /><br />nas minúsculas sacadas coladas ao Minhocão<br /><br />milhões de pupilas cerram-se<br /><br />comprimidas nos cortiços e favelas<br /><br />fecham-se os últimos bares apagam-se as luzes<br /><br />e só os olhos luminosos dos reclames de néon<br /><br />cintilam na escuridão<br /><br />Espero que aceite, amigo<br />Obrigada<br />RêRENATA CORDEIROhttps://www.blogger.com/profile/02727774727738812201noreply@blogger.com